Dino Black explora amor, periferia, depressão e ansiedade em seu novo álbum “ Velho Atual”

Esse é seu quinto álbum solo e conta com sete faixas inéditas, disponíveis nas plataformas online

O rapper Dino Black, também conhecido como Preto Furioso, lançou "Velho Atual", seu quinto álbum solo, disponível nas plataformas online. Com sete faixas inéditas, o disco mergulha no cotidiano periférico e aborda temas como amor, depressão, ansiedade e os desafios do mundo virtual.

Dino iniciou sua carreira nos anos 90, no grupo Morte Cerebral, ao lado do DJ TBZ, quando tinham 16 e 17 anos. Depois, teve passagens pelos grupos GOG e Viela 17. Desde então, constrói uma trajetória sólida no rap brasiliense, marcada pela atenção às vivências das quebradas e pela sensibilidade das narrativas. Em "Velho Atual", esse olhar se intensifica em “Nada Como Dia Comum”, que retrata a rotina na perifa, e “Conteúdo Sensível”, que narra o envolvimento secreto de um casal.

Segundo o rapper, a produção do álbum começou em 2023, com a intenção de refletir sua maturidade artística. Dino também assinou a co-produção do disco, enquanto a direção de arranjos ficou a cargo de Van Lee Pereira, das Batalhas do Museu. O álbum ainda ganha peso com as participações de Mano Samir, Preto Samuka, Marvyn, Mano Stynk, Dona Gi, Rebeca Miss Plus Size, Marco Junior (Conexão do Cerrado), Wil (guitarrista) e Diantra Lee, que brilha na intensa “Tortura Natalina”, faixa que ganhou um clipe gravado na tradicional Praça da Candangolândia.

Em “Golpe”, Dino mergulha nas armadilhas do mundo virtual com humor ácido e beats que misturam G-Funk e Trap. A faixa, que também virou videoclipe, foi inspirada em uma história real contada por um amigo do rapper: “Um amigo meu, que é massagista, me ligou pra contar que conheceu uma moça pela internet. Ela pediu pra ele abrir a câmera, começaram uma conversa íntima e, de repente, ela chamou outras pessoas, dizendo que tinha 15 anos. Eles começaram a extorquir o cara, pedindo dinheiro e dizendo que iam espalhar as imagens se ele não pagasse.” Ele continuou: “Aí também lembrei de uma história do Edi Rock, dos Racionais, e fui juntando outras histórias de gente que vive da internet. A música é sobre isso — todo mundo mostra uma vida linda, mas, no fundo, tá todo mundo comendo feijão com arroz”, disse Dino Black.

A escolha do sample de Sidney Magal também tem um motivo especial: “Sempre quis usar o Magal e aproveitei pra colocar nessa música, por causa daquele “eu te amo, meu amor”, que é o que todo mundo fala na internet pra alguém que mal conhece, disse o rapper.”

A identidade visual do projeto ficou por conta do artista Beto Severo, que assina a capa do álbum. Atualmente, Dino Black mantém um canal no YouTube com mais de 16 mil seguidores, pelo qual disponibiliza suas músicas, clipes e conteúdos exclusivos. Com "Velho Atual", o rapper reafirma sua habilidade de traduzir dores, sonhos e resistências em rimas carregadas de vida.

Camila Piacesi, jornalista