Com artistas nigerianos e Seu Jorge, versão afrobeats de “Praia do Futuro” antecipa novo projeto do BaianaSystem
Com músicos de várias partes do mundo, novo disco trará versões de canções de “O Mundo Dá Voltas”, álbum ganhador do Grammy Latino
Disco que marcou uma nova etapa de criação do BaianaSystem, “O Mundo Dá Voltas” ganhou o mundo em janeiro deste ano como desdobramento de uma ideia que começou ainda em 2019, com “O Futuro Não Demora”. O trabalho anterior rendeu à banda o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa e abriu caminho para a fase atual do grupo.
Agora, chegando a 2026, essa trajetória ganha um novo capítulo com o anúncio de “O Mundo Dá Voltas Dando Voltas pelo Mundo”, previsto para janeiro. Repetindo em 2025 o feito de “O Futuro Não Demora”, o álbum “O Mundo Dá Voltas” também conquistou o Grammy Latino na mesma categoria e, a partir daí, passa a ser desdobrado em um panorama global, mantendo a essência de construção coletiva que acompanha o BaianaSystem. Não por acaso, a banda viveu um ano em que cruzou oceanos com turnês pela Europa e pela Oceania.
Como primeiro passo desse novo projeto, chega “Praia do Futuro (afrobeats refix)”, single que antecipa o disco. Na canção original, com letra de Russo Passapusso e da dupla Antonio Carlos & Jocafi, a presença de Seu Jorge já marcava a gravação. Nesta nova versão em clima de afrobeats, entram em cena a rapper nigeriana Elestee e o produtor JVXN, em uma parceria da Máquina de Louco, selo do BaianaSystem, com a Mavin Records. O selo africano, fundado em 2012 pelo produtor Don Jazzy, é uma das grandes referências do pop contemporâneo do continente.
Elestee conta como foi sua aproximação com a faixa.
“Fiquei radiante quando descobri o que significa ‘Praia do Futuro’. Como alguém que mal pode esperar para visitar o Brasil, deixei-me guiar pela sonoridade e pela mensagem. Ansiando pelo futuro, presa ao passado e estagnada no presente. Me entreguei à praia, e a letra do verso é como isso se traduz para mim”, diz a artista.
“Gostei de tentar e falhar ao falar português. E ver que os sentimentos são universais, mesmo em diferentes culturas e línguas, foi muito gratificante”, completa.
JVXN também destaca o processo de criação em conjunto.
“Trabalhar com o BaianaSystem foi uma experiência interessante. O espírito colaborativo e aberto a ideias nos conduziu à bela canção que temos agora.”
Nesta versão especial de “O Mundo Dá Voltas”, produtores e artistas de vários pontos do mapa abrem um novo universo de possibilidades para as músicas, em muitos idiomas e sotaques diferentes.
“‘O Mundo Dá Voltas’ foi um disco marcado pela coletividade na sua construção, em uma narrativa e produção artística muito bem amarrada por Russo. Enquanto estávamos em turnê fora do país, dando voltas pelo mundo, ouvir as versões que iam chegando e como somavam nesse novo capítulo foi revelador de como a música pode se transformar e nos conectar, criando um sentido único”, afirma Roberto Barreto, fundador e guitarrista da banda.
Além do Brasil e da Nigéria, países como Colômbia, Portugal e Inglaterra também aparecem nesse percurso, reforçando a dimensão internacional do projeto.
Originalmente um forró composto nos anos 70 por Antônio Carlos e Jocáfi, criado na praia de mesmo nome em Fortaleza, “Praia do Futuro” ganha, em sua nova leitura afrobeats, um clipe produzido por uma equipe local. O vídeo repete a parceria audiovisual com o Baiana que começou em “Catraca” (2021) e fortalece os laços construídos ao longo dos anos, com mentorias de Russo para bandas da cidade.
“Fortaleza virou um grande polo com o qual a gente já se relaciona há um tempo. Esse clipe foi feito em Fortaleza, com as pessoas de lá produzindo. Fizemos um pré-roteiro e eles roteirizaram em cima disso, conseguindo transpor a ideia para a rotina deles, embora tenha uma proximidade com Salvador no sentido dessas relações habituais de quem mora na praia. A pessoa que trabalha e salta do ônibus no fim de tarde para ir à praia, um gari que é surfista, crianças que têm aula na praia. A Praia do Futuro mistura isso, tem a ver com esse habitat de certa forma. E é uma maneira de abranger essa ideia de coletivo que ampara a forma como o disco foi feito”, explica Filipe Cartaxo, responsável pela direção visual do BaianaSystem.
“Praia do Futuro (afrobeats refix)” aponta o caminho de “O Mundo Dá Voltas Dando Voltas pelo Mundo”, mantendo o vínculo com a história da banda e ampliando seu diálogo com outras cenas musicais do planeta.
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