Filipe Ret lança o EP “Nume – Epílogo”
Com oito faixas inéditas, o álbum conta com feats pesados de BK, Sain, Orochi, Daniel Shadow, Alee, Maru2D e produção de MTS, Dallas, Markinhos no Beat, entre outros.

O rapper carioca Filipe Ret lançou na última quinta-feira (17/07) o disco deluxe de “Nume”, chamado “Nume – Epílogo”.
Com oito faixas inéditas, “KGL’s”, “Selvagem”, “Grama Verde”, “Me Deixe Leve”, “Canto Alto”, “Acima De Mim Só Deus – Remix”, “Emoções – Versão Suja” e “Absolvido por Deus”, o álbum conta com participações de BK, Sain, Orochi, Daniel Shadow, Alee, Maru2D, e produções de MTS, Dallas, Markinhos no Beat e Mãolee.
“Trabalho pra faturar, visão de vagabundo. Meio milhão um show, dinheiro mais nobre do mundo. Cheio de marra, abusado (abusado), desde o tempos de praça. Com pena de falador, eles não sabem o que falam”, canta Ret na primeira faixa do álbum, “KGL’s”.
Com produção do Dallas, a track segue com batida pulsante e toda a originalidade de Ret, BK e Sain nas rimas.
“Quando a noite cai, é muito ‘maneiro’. Lá se vai o ‘bonde’, que elas se jogam primeiro. Fumando na ‘blunt’ de terno, rumo aos ‘hits’ eternos (eternos). Nenhuma árvore alcança o céu sem que suas raízes alcancem o inferno. Sem dó atrás da meta, sou pior que a selva. Abelha não explica pra mosca que nem é melhor que a merda”, continua Ret, seguido pelo flow dinâmico e inconfundível de BK’.
“Flow espiritual, sente a presença. Dia dos finados pra quem vem tentar. Crio igual o pai, me vê, pede ‘bença’. Preso ao progresso, é a minha sentença. Não entendem o mano, por que ele pensa de canto. E expande por bando, um atacante, avançando, até marcado, marcando. Por isso odeiam o mano. Deus, fala pra eles que eu só temo o senhor e eu mesmo. Deus, fala pra eles que tudo passou e ainda sou o mesmo”, rima BK’.
A música continua com a destreza de Sain, filho do ex-vocalista da banda Planet Hemp, Marcelo D2.
“Suco de laranja pela manhã, voo marcado pra ‘Amsterdam’. Uma poltrona dos irmãos ‘campana’, grana serve como meu divã. Eu tento não ser fútil, mas no meu tempo útil é conforto e mente fértil pra manter o clima sutil. E esse tênis lindo serviu, deve ser uns seis mil. Gelo no meu copo e a modelo logo sorriu. Mas se eu não gosto do clima eu faço a mala e mudo o fuso horário. Uma vela pra cima como se fosse aniversário. Eu sei, parece muito mas alguns perrengues não mudaram, enquanto avanço eu vejo no retrovisor aquilo que foi conquistado”, manda o recado Sain.
Alee, rapper e trapper da produtora Nada Mal participa da faixa “Me Deixe Leve”
O trapper baiano Alee, sucesso que desponta em todo o país, aparece na quarta faixa do disco, “Me Deixe Leve”.
“Às vezes dá um nó. Noites, bebidas, e eu acho melhor nós ‘se’ afastar de vez. Tentando acertar, falhei outra vez. Em todos os meus planos, tu encaixa nele. Bad diva, o bom da vida. Eu tenho alguns planos, e tu não ‘tá’ nele. Deixa nós ‘viver’, livre, ‘tô’ tão só. Só voltei, quando o sol nasceu. Meu bolso, lota de peixe. Madrugada, rolê com a bebê. Nos ‘corre’, contando o cachê. De quatro. Quer que eu te grave? Eu descarrego, me deixe leve”, canta Alee.
Maru 2D aparece na track “Acima de Mim Só Deus – Remix”
A rapper Maru2D participa da sexta faixa do disco, “Acima de mim só Deus – Remix”, produzida por Mãolee.
“Ficou mais fácil, é (damn). Tem que tirar o chapéu. Planos que ele criou não é grinalda nem véu. Bençãos que às vezes caem como chuva do céu. Tempos que a justiça divina me via réu (na). ‘Oh’ se Catumbi se levantou, o gigante acordou. E agora quem me criticou, quer assistir meu show. E eu me sinto tipo o ‘Poze’, em trono de tijolo. ‘Yeah’, fiz esse jogo virar com bem pouco. Eu dizia: ‘Não desiste’. Quantos desses leões por dia nós ‘matou’ no drible. Eles têm dúvida que eu sou de raça (rouf), eu sou Pitbull. Pra me ameaçar no mundo nem com o ‘mermo’ vulgo”, canta a cria do Catumbi, no estado do Rio de Janeiro (RJ).
Orochi canta em “Emoções – Versão Suja”, versão com letras explícitas da música de Roberto Carlos
O carioca Orochi participa da penúltima faixa do EP, “Emoções – Versão Suja”, uma versão com letras explícitas e de teor mais adulto da clássica música de Roberto Carlos.
A música começa com uma introdução que remete à canção original, mas rapidamente adota uma atmosfera mais urbana e sensual, com referências a festas, dinheiro e desejos.
“Profundos desejos, prazeres superficiais. Será que essa é minha sorte ou é meu fardo? Vejo em câmera lenta, essa droga me traz paz.
A onda é doce, mas eu sinto um gosto amargo. Emoções reais com mulheres de plástico. Daqui vejo mansões e uns ‘bico’ pro alto. Verdadeiro demais pra esse mundo falso. Vivendo tipo, comemorando um assalto. Sou o relíquia que traz o novo. Prata da casa, nós ‘vale’ ouro. Dono das rima que te ‘libertou’. A mira laser dos ‘olho gordo’”, inicia Ret.
Com originalidade, estética e característica marcantes, o rapper Orochi assume a lírica.
“Já dizia Tupac: ‘Eles têm grana pra financiar essa guerra, mas não têm pra acabar com a fome’. Cheguei aonde cheguei sem pedir ajuda de ninguém. Sabe o que é ‘underground’? Ter que sair de manhã sabendo que a família depende de você mais tarde. E superando cada dificuldade, com 12 anos eu saí de casa. Só pra ver o sonho virar realidade, pra ver se Deus era mesmo de verdade. Ingratidão é o pior veneno, eu faço as rimas que te ‘libertou’. E você quer falar que essa ‘porra’ é genérico. Na verdade, acho que tu é histérico”, rima Orochi.
Cleber Negão – Jornalista
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