cover
Tocando Agora:

Kodak Black lança clipe-relâmpago de Christopher Colombus

Uma volta às origens: Kodak sendo Kodak Black, perspectiva, vivência, experiência, expectativa, experiência de vida. Da vida bandida à vida rica! Uma sátira aos tempos da forçada hegemonia estado-unidense.

Kodak Black lança clipe-relâmpago de Christopher Colombus
Kodak Black lança clipe-relâmpago de Christopher Colombus (Foto: Reprodução)

Kodak Black e as origens caribenhas do rap

Falar de rap sem considerar suas múltiplas raízes é apagar parte essencial da história desse movimento. O artista Kodak Black, de origem haitiana e trajetória nos Estados Unidos, é um dos nomes contemporâneos que carregam essa herança. Sua estética, lírica e sonoridade mantêm uma ligação direta com influências caribenhas e jamaicanas, referências fundamentais na constituição do hip-hop internacional.

“Christopher Colombus, selling infos, feels it’s like I’m dyving/dyeing. Cheating on these niggaz, putting on, I think I’m rushin’. Think I’m really in, hangin’ out the cuffins. You can handle all of the trees, unleast u want’it!”

Na faixa analisada, trechos como "Christopher Colombus, selling infos, feels it’s like I’m dyving/dyeing..." evocam simbolicamente o legado colonial, associando a figura de Cristóvão Colombo à venda de informação e à sensação de estar se afundando ou desaparecendo. A citação não é literal, mas carrega uma crítica implícita ao papel histórico de exploração e desinformação atribuída a esse personagem. Dentro da tradição lírica do rap, é comum a subversão de ícones históricos para denunciar processos de opressão racial, econômica ou cultural.


A composição segue com imagens fragmentadas e subjetivas, inseridas em um fluxo poético que mistura experiências pessoais, memórias e observações sociais. Essa forma de escrita reflete a vivência urbana de jovens negros em contextos de vulnerabilidade nos Estados Unidos — um cenário que guarda paralelos com a realidade de periferias em países como o Brasil.

Um recorte sobre o Brasil: heranças e caminhos

No contexto brasileiro, essa referência musical internacional encontra eco em uma produção artística igualmente rica e diversa. A música independente segue conectada com práticas culturais como as batalhas de rima, as rodas de capoeira, os cantos de matriz africana, o graffiti, o skate e outras expressões urbanas que compõem o cenário contemporâneo da cultura periférica no país.

Essas linguagens dialogam entre si, misturam o ancestral e o contemporâneo, e constroem novas formas de afirmação política, estética e social. A Rádio West Side reconhece essa conexão e se posiciona como um espaço de circulação para essas vozes, tanto em sua dimensão local quanto global.

A cultura urbana é viva, pulsante e muitas vezes subvalorizada. É compromisso da rádio atuar como ponte entre criação e reconhecimento, conectando o trabalho do artista à sua valorização institucional.


Para mais conteúdos, escuta crítica e divulgação de artistas independentes, acesse:

📡 www.radiowestside.com.br

📩 imprensa@radiowestside.com.br


Cleber Negão - Jornalista

Comentários (0)

Fale Conosco