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Coletivo 4ºSUJO lança “JAMAIS COMPARE” e crava manifesto sonoro no underground baiano

“JAMAIS COMPARE”, EP de estreia do coletivo 4ºSUJO, revela uma estética ousada que mistura grime, drill, trap, afrobeat e funk para expressar a vivência periférica de Salvador. Com produção independente e narrativa coletiva, o trabalho marca um novo capítulo para o underground baiano.

Coletivo 4ºSUJO lança “JAMAIS COMPARE” e crava manifesto sonoro no underground baiano
EP apresenta quatro faixas inéditas que conectam grime, drill, afrobeat, funk e trap em linguagem própria.

Após semanas de expectativa nas redes, o coletivo soteropolitano 4ºSUJO apresentou ao público seu primeiro EP, “JAMAIS COMPARE”, lançado na última sexta-feira (31). Feito de forma totalmente independente, o trabalho chega como mais do que um registro fonográfico: se afirma como um marco conceitual de uma geração que vem criando novas linguagens dentro do rap e do grime, a partir da vivência periférica e plural de Salvador.

Com quatro faixas inéditas, o EP transita por uma paleta de referências que inclui grime, drill, afrobeat, funk e trap, abrindo espaço para um diálogo de gêneros que reflete as raízes experimentais do grupo, ativo há mais de cinco anos. O resultado é uma obra que convida o ouvinte a celebrar a própria identidade e a ocupar um lugar autoral dentro da música underground brasileira.

Entre manifesto e experimentação: o som de “JAMAIS COMPARE”

Lançado com apoio do AceleraRAP, programa de aceleração para artistas independentes, o EP abre com a faixa-título “JAMAIS COMPARE”, guiada por um grime com influência direta do drill. A estrutura funciona como uma apresentação coletiva: os MCs se revezam no set e as rimas soam como carta de intenções, estabelecendo o tom de protagonismo e afirmação que atravessa o projeto.

Na sequência, “VIBE” amplia o espectro sonoro ao fundir afrobeat, funk e dancehall, evocando a energia das noites soteropolitanas e o pulso de rua que marca a estética do 4ºSUJO. Já “TOPO DO RANKING” mergulha no trap com confiança e postura elevada, enquanto “EU NÃO LIGO”, faixa já conhecida pelo público, encerra o EP com uma atmosfera mais introspectiva, trazendo versos sobre foco, desapego e serenidade diante do caos contemporâneo.

Cuidado sonoro e visual reforça a assinatura do coletivo

Além do recorte musical, “JAMAIS COMPARE” também chama atenção pela construção de um pacote estético coeso. A mixagem e masterização são assinadas por EduBeats, enquanto o campo visual conta com fotografia de Matheus Fernandes, colorização de Wander Scheffer e edição de Meio Feel. O conjunto reforça o zelo do coletivo em alinhar som e imagem dentro de uma mesma narrativa, característica que se tornou marca do 4ºSUJO.

Uma nova narrativa para a música underground da Bahia

O EP se insere em um momento mais amplo de renovação estética do rap nordestino, reafirmando a Bahia como território fértil para o grime, o trap e outras vertentes da música urbana, sem abrir mão das referências locais que sustentam a identidade de Salvador. Nesse sentido, “JAMAIS COMPARE” atua como ponto de virada: ao mesmo tempo em que consolida a trajetória do grupo, também aponta caminhos para a cena independente baiana dialogar com a linguagem global do hip hop sem perder sua assinatura.


Quem é o 4ºSUJO

Fundado em 2018 por Bruno Kroz, o 4ºSUJO surgiu como desdobramento do projeto experimental Black Drxma, embrião de uma cena alternativa que ganhou projeção a partir de 2020, com lançamentos solo de Kroz e produções marcadas por DJ sets caseiros e forte circulação nos circuitos independentes da Bahia.

Atualmente, o coletivo é formado por Bruno Kroz, MC RealRocky, Venny, ElParma, CNZ e Sousx, artistas que conciliam trajetórias individuais com uma prática colaborativa que também se estende às festas PankadaSET, evento que firmou o 4ºSUJO como um dos polos mais criativos do underground local. O encontro entre essas vozes deu origem à dupla Balahype (Kroz e RealRocky), responsável pela produção musical integral do EP.

Com “JAMAIS COMPARE”, o 4ºSUJO não apenas estreia oficialmente em formato EP: o coletivo assina um retrato do presente e um sinal do que vem pela frente, com a rua de Salvador no centro da linguagem, do ritmo e da ideia.


Por Redação.

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