Câmbio Negro é homenageado na Câmara Legislativa do DF por seus 35 anos e X recebe título de Cidadão Benemérito de Brasília
Cerimônia proposta pelo deputado distrital Max Maciel (PSOL-DF) foi realizada no dia 14 de novembro e fez parte das comemorações da 3ª Semana Distrital do Hip-hop, que teve início no dia 12 de novembro e terminará no dia 19 do mesmo mês
Brasília e o Distrito Federal (DF) estão bem representados no cenário nacional e mundial do rap, trap e demais vertentes da música negra, periférica, independente e underground. No mês do Dia Mundial do Hip-Hop, celebrado em 12 de novembro, o grupo Câmbio Negro foi homenageado em sessão solene realizada pela Câmara Legislativa do DF (CLDF) por seu relevante trabalho e contribuições filantrópicas para a sociedade.
Além da honraria concedida ao grupo, um dos pioneiros na história e construção do rap em Brasília, X, o vocalista e líder do grupo, foi reconhecido Cidadão Benemérito de Brasília, título concedido por deputados distritais e pela Casa legislativa a personalidades de destaque que desenvolveram e desenvolvem ações e projetos reconhecidos por seu inquestionável e indiscutível mérito e benefícios sociais.
No caso de X e da banda Câmbio Negro, toda sua trajetória na consolidação do cenário do DF no universo do rap e do hip-hop, com seus cinco elementos básicos, DJ (Disc Jockey), MC (Mestre de Cerimônias), BBoy (Break-Dance Boy), Grafitti e conhecimento, quinto e mais recente elemento básico do movimento, por si só consolidam a importância do grupo para o cenário musical do DF, além da formação de cidadãos conscientes por meio do trabalho realizado durante esses 35 anos de atuação.
“Eu já disse antes, eu repito: O dia a dia é duro, o trabalho é sofrido. Se a luva rasga, a mão sangra. A garra vence a dor. Aqui é que o sujeito mostra o seu valor. E o meu valor, esse ninguém tomará de mim. O que é meu, ninguém toma. Viva o Câmbio Negro, viva o movimento Hip-Hop, que me acolheu, me motivou nessa luta. Obrigado!”, discursou X, vocalista e líder do Câmbio Negro.
“Chegou a nossa vez da gente homenagear os nossos, da gente dar honraria aos nossos, da gente reconhecer um trabalho importante feito pelos nossos. Porque se no regimento interno, na legislação diz que essa alta honraria da Câmara é dedicada às pessoas que fizeram e cumpriram um papel de alta relevância social para o Distrito Federal, isso o Câmbio Negro fez em 35 anos de história. Levou Ceilândia e Brasília pro mundo”, declarou o deputado distrital Max Maciel durante a cerimônia.
O título de Cidadão Benemérito é uma honraria concedida a indivíduos que se destacam por suas contribuições significativas à sociedade, especialmente em causas humanitárias e filantrópicas.


Incansável luta por Ceilândia
X também é conhecido por participar de diversos debates, oficinas e palestras, sempre conscientizando as pessoas e disseminando a cultura Hip-Hop como instrumento de memória, conscientização coletiva e transformação social.
Outra frente de atuação do líder do Câmbio Negro é a constante defesa de melhorias estruturais para Ceilândia e o DF, como a modernização da Feira Central, a construção de hospitais e cemitério, e também a revitalização de passarelas e paradas de ônibus com arte e iluminação sustentável.
Pioneirismo nos concursos de rap no DF, os embriões das Batalhas de Rima
Com formação original datada de 1990, na Região Administrativa (RA) de Ceilândia (DF), o Câmbio Negro trilhou sua história já no mesmo ano, vencendo o segundo concurso de rap no DF, projetando nacionalmente os clássicos Sub-Raça, Careca Sim! e Cadáver Ambulante.
O primeiro álbum, intitulado Sub-Raça, foi lançado em julho de 1993 pela gravadora independente Discovery. Pelo mesmo selo, em 1995 o grupo lançou seu segundo disco: Diário de um Feto.
No mesmo ano, concorreu ao Video Music Brasil, na categoria Melhor Grupo de Rap, fato que se repetiria no ano seguinte.
Somente na edição de 1999 é que o grupo conquistou o prêmio, além de concorrer na categoria de Melhor Edição, com a música Círculo Vicioso, no ano anterior após ter lançado o álbum homônimo Câmbio Negro, pela gravadora Trama.
Terceira Semana Distrital do Hip-Hop
Max Maciel é autor do Projeto de Decreto Legislativo n° 350/2025, que reconhece o Hip-Hop enquanto patrimônio cultural e imaterial do DF e institui a Semana Distrital do Hip-Hop, que este ano está em sua terceira edição.
“A gente queria que o hip-hop estivesse no projeto pedagógico das escolas. Acho que isso é fundamental, fazer com que o corpo, os professores, as professoras, os orientadores, a direção começassem a pensar durante o ano letivo aonde o hip-hop se encaixava no projeto pedagógico da escola, para além do mês de novembro”, afirma o parlamentar, pedagogo, morador de Ceilândia e terceiro mais votado nas últimas eleições.

A abertura das atividades ocorreu no dia 12 de novembro, Dia Mundial do Hip-Hop, com a inauguração da exposição “Vestígios do Invisível”, do artista Mákina de Rabisko, e a realização de bate-papos e diversas oficinas para estudantes das escolas públicas do DF.
No dia 14, a CLDF realizou a solenidade de honraria ao Câmbio Negro e premiação do vocalista e líder X com o título de Cidadão Benemérito de Brasília.
No dia 17, foi realizada às 19h a roda de conversa “Elas Fazem a História – Hip-Hop DF/Entorno”, com a participação de mulheres que são referência, construtoras e pioneiras nessa história.
No dia 18, ocorreu o debate “Mapa das Desigualdades do Distrito Federal 2025”, e no dia 19, encerramento da 3ª Semana Distrital do Hip-Hop, ocorrerá, às 19h, a Outorga do Título de Cidadã Benemérita de Brasília à artista Vera Veronika.
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Cleber Negão – Jornalista da Rádio West Side
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