Ritual Sonoro faz pré-lançamento de EP na Scratch e consolida sua identidade como selo-artista que conecta territórios, cultura de rua e estética sound system
O Ritual Sonoro nasceu de batalhas, eventos de rua e encontros que fortalecem a cultura urbana. Com o tempo, o grupo percebeu que podia ocupar um lugar diferente: o de artista coletivo, atuando como selo, movimento e espaço curatorial.
O Ritual Sonoro realizou, na Scratch, em Brasília, a audição especial de seu novo EP, marcando o encerramento de um ciclo de dois anos de circulação, parcerias e articulação cultural pelo DF. A noite reuniu artistas, colaboradores e público que acompanha a trajetória do grupo, reforçando o impacto que o Ritual construiu na cena independente.
Identidade: coletivo, selo e artista em uma mesma caminhada
O Ritual Sonoro nasceu de batalhas, eventos de rua e encontros que fortalecem a cultura urbana. Com o tempo, o grupo percebeu que podia ocupar um lugar diferente: o de artista coletivo, atuando como selo, movimento e espaço curatorial.
Pleno resume essa virada com clareza:
“Nossa ideia é ser um selo, e o nosso primeiro produto somos nós mesmos. O Ritual Sonoro é um selo que é um artista e que traz vários artistas pra dentro do mesmo celular.”
Essa identidade é sustentada pela presença constante nas ruas e pela visão de que cultura de base exige continuidade. Como o próprio Pleno reforça:
“O underground é você continuar ativo, se articular, se conectar e ser constante. A rua é campo de batalha político e a gente não pode sair dela.”
Motivações: presença, articulação e continuidade da cultura
O coletivo tem como motivação manter viva uma rede de conexões entre bairros, produtores e artistas. O trabalho se fortalece na circulação e na troca entre territórios.
Erick detalha como isso se reflete na música:
“A gente ainda não tinha se posicionado como artista. Era mais produção de eventos. Depois que conectamos com o Fábio, começamos a compor novas letras, trazendo os códigos do que queríamos representar.”
A sonoridade também expressa esse manifesto cultural. Erick explica:
“Misturamos a estética do tambor com o digital. É um trabalho eletrônico na linhagem do dancehall, mas com influência do roots, do dub e das vivências que a gente carrega.”
Estética: tambor, digital e narrativa conectada
O EP funciona como um projeto conceitual, em que as faixas dialogam entre si e carregam referências internas. Erick descreve essa construção:
“Todas as letras conversam entre si. Tem spoiler, tem easter egg de uma track na outra. Tá tudo amarradinho.”
A finalização no estúdio próprio reforça a autonomia criativa do Ritual. Nas palavras de Erick:
“É a materialização da planta que a gente foi regando. Às vezes não víamos a linha de chegada, mas chegamos vivos.”
Scratch: ponto de encontro da cultura urbana
A escolha da Scratch para o pré-lançamento não foi casual. O espaço já se tornou referência na cena urbana do DF, abrigando artistas locais e nacionais.
Daniel, proprietário da casa, destaca o propósito da Scratch:
“A ideia sempre foi abrir o espaço pra mostrar o quanto é rica a cultura e como ela se cruza com outras culturas também.”
Ele também relembra a origem do nome, conectada ao hip-hop:
“Scratch é quando o DJ arranha o vinil. É uma palavra que representa muito o hip-hop.”
Próximos passos: circulação, conteúdo e expansão da presença
Com o EP finalizado, o Ritual Sonoro entra numa nova fase: divulgação, produção de conteúdo, podcasts e reforço da presença digital. A turnê no Rio de Janeiro também está nos planos, fortalecendo as conexões geradas ao longo da caminhada.
O coletivo segue com o projeto “Firma Ponto Cultural”, ocupando diferentes regiões do DF e mantendo sua proposta de circular por territórios diversos.
Fechamento: um ciclo concluído e outro pronto para começar
O lançamento deste EP vem para fechar um capítulo importante e abre espaço para uma fase mais estruturada. O Ritual Sonoro reafirma sua identidade como um movimento que une música, território e presença. A partir daqui, o coletivo segue ampliando conexões e fortalecendo a cultura que nasce da rua, atravessa gerações e constrói novas rotas para a cena independente do DF.
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