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Samsarau reúne arte, música, capoeira, dança e oficinas no espaço "No Setor"

Situado em área de vulnerabilidade econômica e social de Brasília (DF), iniciativa promove o resgate e a reinserção social de pessoas em situação de rua.

Samsarau reúne arte, música, capoeira, dança e oficinas no espaço "No Setor"
Terceira edição do Samsarau reuniu artistas independentes e diversas oficinas culturais no Setor Comercial Sul (SCS), em Brasília (DF)

O espaço No Setor, situado na área central de Brasília (Quadra 01 do Setor Comercial Sul), foi contemplado e prestigiado no último dia 10 de agosto pelo evento Samsarau, que reuniu atividades multiculturais no coração de Brasília, na quadra 01 do Setor Comercial Sul (SCS).

O evento, destinado ao público em geral mas com foco na promoção da dignidade e no resgate das pessoas em situação de rua (vulnerabilidade econômica, social e, em muitas vezes, dependência química), e também na revitalização da área, reuniu em um só lugar muita música boa, arte e cultura, com apresentações de DJ’s e shows das bandas Mirante, Haynna e os Verdes, da cantora Mariana Camelo, dos artistas Sr. Valdivino, Ludi Um, Hizaian Shock, Ninja J.

A festa também contou com uma Batalha de Rima da loja Scratch (307 Norte), oficina de capoeira, com o grupo Ginga Ativa, de dança, com a professora Thay, e de dança ‘Charme’, com o professor Edgar, entre outras atividades.

“Lutamos pelos grupos sociais historicamente excluídos do processo de garantia dos direitos básicos por questões físicas, étnicas, de origem, por questões financeiras e por questões de gênero e sexualidade. Em meio a um cenário de arte industrializada, produzida em série, é essencial abrirmos espaço para novos talentos que não possuem apoio ou grandes patrocínios, tampouco tempo para se organizarem e ganharem dinheiro com sua arte”, explica o artista Ludi Um, um dos coordenadores do espaço.

Segundo ele, o diferencial do projeto é a “união de diversas linguagens artísticas em busca de mais inclusão no cenário atual”.

O Samsarau é um espaço de interação entre música, dança, pintura, escultura, teatro, literatura, tatuagem, arte de rua, circo, cinema, fotografia, idealizado para artistas independentes e em início de carreira.

Apresentações da banda "Mirante" e da cantora Mariana Camelo - Foto: Reprodução 

Capoeira como ferramenta de resgate histórico e transformação social

O professor SpectroMan, do grupo de capoeira Ginga Ativa, destacou a importância do espaço e do evento Samsarau para a comunidade, de uma forma em geral.

“Iniciativas como o Samsarau e outros projetos de inclusão social realizados pelo Instituto No Setor são oportunidades de mostrar para as pessoas em situação de vulnerabilidade que existem possibilidades para sair dessa situação de rua, por meio da participação em atividades culturais, produção de artesanatos e música. Aqui estão reunidas várias pessoas que se importam verdadeiramente com a situação dessa comunidade e dessas pessoas”, defende SpectroMan.

“Capoeira é a cultura do negro escravo, que foi criminalizada de forma pública. Capoeira é sobre o resgate da cultura negra, e a nossa mensagem é de luta”, afirmou o professor SpectroMan, do grupo Ginga Ativa, que tem como sede principal o Instituto Mãe África, conhecido como “Casa da Capoeira”, localizado na Ceilândia Norte, em Brasília (DF).

Os treinos do grupo Ginga Ativa ocorrem no Plano Piloto, na Universidade de Brasília (UnB - Casa do Estudante) às terças e quintas-feiras, ao meio dia e às 19h.


Ludi Um e professor de capoeira Spectroman, do grupo Ginga Ativa - Foto: Reprodução 

Cleber Negão – Jornalista

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